Já são dez anos de espera pela retomada das obras do Hospital Estadual da Mãe, no Colubandê, em São Gonçalo. O esqueleto do que um dia prometeu ser uma maternidade de alta complexidade na cidade, agora, vem aos poucos se desfazendo com o tempo.
O Movimento de Mulheres de São Gonçalo organizou, na manhã desta terça-feira (12), um ato para reivindicar a volta das obras no local, que está abandonado.
De acordo com a enfermeira Fátima Santos, de 63 anos, uma das diretoras do coletivo, o aumento das mortes em maternidades do município são alarmantes, e poderiam estar sendo evitadas caso o hospital fosse entregue a população.
Nós estamos em pleno século 21 e as mulheres ainda morrem no parto. Morrer na maternidade, perder um bebê ao dar entrada na maternidade, é violação dos direitos humanos. Uma vez que a gente tem essa obra parada, falta de vaga [nas outras unidades], falta de acesso para as mulheres de alto risco. Então, a gente precisa lembrar ao governo que eles precisam fazer a parte deles. Nós esperamos a qualidade de vida para quem vai nascer Fátima Santos, enfermeira
O projeto do hospital previa 100 leitos, 14 salas de PPP (pré-parto, parto, pós-parto), que podem contar com a presença de familiares da gestante, além de três salas para parto cirúrgico. No projeto constavam também leitos de terapia intensiva para mães e bebês.
O investimento total era de R$ 43 milhões e a previsão de entrega para os gonçalenses estava prevista para o segundo semestre de 2013. Desde aquele ano, no entanto, a obra está parada e largada às margens da RJ-104.
Sem previsão
No ano passado, a Secretaria de Estado de Saúde havia informado que as tratativas para o reinício da obra do Hospital da Mãe tinham sido retomadas. Eles acrescentaram ainda que a obra foi paralisada devido a uma mudança no escopo do projeto.
Inicialmente, era previsto uma ampliação de leitos do CTI, mas o Estado alega que a mudança ultrapassou o percentual de aditivo permitido por lei, sendo necessário um novo processo licitatório. Procurados, o governo não retornou sobre uma nova data para a retomada das obras.